quinta-feira, 12 de julho de 2012

"De repente..."

Soneto de Separação

 


"De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente"

(Vinicius de Moraes)

"Superficial..."


"Às vezes me pego distante demais. Inconsequente e superficial, muito além do aceitável."
(I) 



"Nenhuma luz ..."


"Lá no fundo do coração, eu guardava uma semente de esperança, não era uma luz. Eu não conseguia enxergar nenhuma luz a me mostrar a saída daquele mundo injusto e cruel. Mas a semente de esperança resistiu e se aninho em minha mente. Ela tem força. Ela me fez sentir que, um dia, tudo daria certo. Era minha fuga, meu sonho secreto."
(Li Cunxin)
 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Duas flores




"São duas flores unidas
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu…
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar…
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar."

(Castro Alves)




quarta-feira, 7 de março de 2012

Sinônimos...


 
“Adoro dias como esse... Dias de gosto exótico...
Porque tem sol. Tem chuva... É meio calor. Meio frio. E... eu nunca sei quando estou mesmo com fome.
Dias em que eu mato a saudade... sentindo-a.
É ai que eu me lembro ; Que tudo isso, são simples sinônimos da falta de você!”
(I) 
 

domingo, 4 de março de 2012

Dar...



         


Dar não é fazer amor.

Dar é dar.

"Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.

Mas dar é bom pra cacete.Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...Te chama de nomes que eu não escreveria...Não te vira com delicadeza...Não sente vergonha de ritmos animais.Dar é bom.Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....Sem querer apresentar pra mãe...Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque a guria te esquenta a coluna vertebral...Te amolece o gingado...Te molha o instinto.
Dar porque a vida é stressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ela hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.Durante um mês.Para as mais desavisadas, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:"Que você acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinha...É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.Esse sim é o maior tesão.Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar.
Experimente ser amado...e nunca se esqueça de dar!"

(Adaptação: Luis Fernando Veríssimo)

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Desencanto...


 Eu faço versos como quem chora
De desalento, de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto

Meu verso é sangue, volúpia ardente
Tristeza esparsa, remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota a gota do coração.

E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca

Eu faço versos como quem morre.


(Manuel Bandeira)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Novidades

"O amor dói. A novidade nisso?
Descobrir-me masoquista."
(I)  



Imperfeição...


Sabe qual é nosso problema?
Nossa historia seria muito mais bonita se fosse inventada.
Pois só as mentiras são perfeitas.
Eu fico com a imperfeição… Eu fico com você.
(I) "




terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Você se importa?...



"Sabe quando milhares de desconhecidos morrem, e você nem se importa?... Saiba que em um futuro próximo, você talvez pudesse ter feito de algum deles, uma parte importante da sua vida."
(I) 




Obvio


 
"Leio, leio e leio... E quanto mais me perco, finjo que me entendo,
pois o que finjo ,entendo e só entendendo o finjo bem.
E em meio a esse jogo de fingir que entendo e entender que finjo,acabo mesmo entendendo ...Ai tudo fica confuso,pois o obvio é tão absurdo que acabo por preferir desentender."
(I)


  

“Bom, é isso o que tem pra hoje!”


Inspiração de sobra, mas me falta dinheiro pra cerveja e pro bordel.
Já sem meios de recorrer aos meus prazeres. Conformo-me com esta folha de papel, que provavelmente acabará jogada em um canto qualquer. E mesmo que não me oferecendo muito, é gratuita e se encontra ao alcance das mãos.
Mas não se engane, pois ainda falamos de mim e nem por todos os bons livros publicados no mundo, dispensaria uns bons drinks e umas mulheres.

(I)

08/07/11